ANJOS COM ASAS: CYBERPUNK 2077 É UM UNIVERSO ABERTO PARA GÊNEROS DIFERENTES

ANJOS COM ASAS: CYBERPUNK 2077 É UM UNIVERSO ABERTO PARA GÊNEROS DIFERENTES

Junho 12, 2019 0 Por Alexia Silva

Junto do trailer liberado de Cyberpunk 2077 na E3 desse ano, surgiram muitas novidades sobre o universo do game. Gráficos, personagens (como o interpretado pelo ator Keanu Reeves), mas uma cena chamou a atenção de toda comunidade em particular… em um dos cartazes dentro do universo do game, existe uma mulher bebendo algo e no corpo da mulher existe um pênis bem destacado. Sim! Uma mulher com pênis, ou seja, uma mulher transsexual de maneira bem sexualizada em um cartaz de bebida.

O anúncio é de uma bebida chamada “Chromaticure” e sugestivamente trás a seguinte frase “16 sabores que você adoraria misturar”. Uma clara alusão ao corpo da modelo trans em seu cartaz.

Entretanto, parte da comunidade ficou com o pé atrás em relação ao cartaz no jogo, pois a CD Projekt Red já fez piadas às custas da comunidade trans e no ano passado, a empresa se viu forçada a pedir desculpas pelo o que muitos consideraram ser um tweet transfóbico. Além disse, o GOG.com, que é a loja digital do estúdio, também já foi acusado de tentar fazer humor transfóbico. Então, parte da comunidade se questionou se o cartaz seria mais uma forma de fazer algum tipo de piada ou fetichizar pessoas trans. 

Kasia Redesiuk, uma das diretoras de arte de Cyberpunk 2077 e responsável por todas as mídias de ficção no universo do game, por esse cartaz inclusive cedeu algumas explicações sobre ele.

Redesiuk disse que para ela, a pessoa do cartaz, é uma pessoa sexy e explicou sobre ele dentro do contexto do jogo “Eu gosto de como essa pessoa parece. No entanto, esse modelo é usado – seu belo corpo é usado – por motivos corporativos. Eles são exibidos apenas como uma coisa, e essa é a parte terrível disso”. Além disso, ela também disse que no universo do game, existem muitas pessoas que não estão em conformidade com seu gênero, algumas das quais gostam de exibir seus corpos em público. E essas pessoas também tem um poder aquisitivo de compra bem grande e acabam sendo visadas pelas megacorporações que, por exemplo, usam essas pessoas e seus corpos para vender refrigerantes.

No ano de 2077, especialmente com a quantidade de modificações corporais disponíveis, acho que as pessoas apenas misturam e combinam o que quiserem, como bem entenderem“, disse Redesiuk. “E até a sociedade é mais aberta a diferentes tipos de relacionamentos“.

Resumindo tudo que Redesiuk disse, é que em Cyberpunk 2077 as megacorporações controlam tudo, é um futuro distópico e para vender as pessoas acabam sendo hipersexualizadas independente do sexo e do gênero. E também disse que a intenção disso é mostrar como qualquer hipersexualização é algo ruim. E falou para a comunidade trans que não teve qualquer intenção de ofender, muito pelo contrário, sim ganhar uma simpatia maior da comunidade LGBTQ+. Para ler todas as falas da diretora de arte, clique aqui.

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